quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Notícia: Greve no IBGE já afetou pesquisa de emprego no município do Rio


Categoria também fará denúncias sobre ilegalidade no contrato de temporários


Jornal do BrasilLuciano Pádua
A diretora do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE, Susana Drumond, afirmou nesta quarta-feira (8) que a greve da categoria já afetou a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) de junho do município do Rio de Janeiro. Da mesma maneira, não foram divulgados os dados consolidados sobre postos de trabalho no país.
Susana enviou recado à direção do instituto sobre a suspensão dos pagamentos dos grevistas que estão parados desde o dia 18 de junho e já deixaram de receber os dias parados: 
“Nos reunimos com a diretoria nesta tarde para cobrar os salários cortados. Se descontarem nosso salário não vamos repor os trabalhos do IBGE”, ameaçou Susana.
A paralisação dos servidores do IBGE atinge os estados do Brasil, menos  Ceará, segundo informou a diretora. Nesta quinta-feira (9), são esperados ao menos 500 trabalhadores da instituição na passeata dos servidores federais que ocorrerá no centro do Rio, com concentração marcada  na Igreja da Candelária. 
Segundo Susana, os servidores do IBGE já se reuniram mais de 10 vezes com  representantes do Ministério do Planejamento sem conseguir respostas concretas à reivindicação de um reajuste de 22%. No próximo dia 31, o ministério enviará ao Congresso Nacional o Projeto de Lei do Orçamento, o que preocupa a diretora sindical.   
“Este ano já fizemos cinco reuniões com o Ministério do Planejamento e sete vezes no ano passado. Uma nova  reunião deverá ocorrer entre 13 e 17 de agosto. Queremos que o governo marque o encontro com prioridade, para sermos ouvidos de imediato”, argumentou. 
Temporários
Após a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, ter afirmado nesta quarta-feira que a paralisação não afetou o resultado sobre o Produto Interno Bruto, Susana fez duras críticas à postura da diretoria da instituição. De acordo com ela, dos cerca de 6,6 mil funcionários, mais de 4 mil são temporários que foram contratados para pesquisas de campo e permaneceram na instituição. Eles recebem em torno de R$ 850 mensais e têm contrato por dois anos.  
“A direção do IBGE defende a ampliação destes contratos para quatro anos, o que é absurdo. Para trabalhar no IBGE é preciso ter compromisso, porque lidamos com informações sigilosas”, diz Suzana que se queixa da não realização de concurso público. 
Mas, mesmo sem ter ser vidores efetivos suficientes, segundo a dirigente sindical, a direção do Instituto abriu  agências pelo país a fora, nas quais só estão atuando os temporários, diante da greve dos servidores efetivos - 60% segundo o sindicato, 30% nos cálculos da presidência do IBGE.
 "A diretoria deu a responsabilidade para eles abrirem as agências. Discordamos totalmente dessa atitude”, afirmou a diretora, acrescentando que com as muitas aposentadorias que têm ocorrido, a proporção de trabalhadores temporários em relação aos servidores efetivos disparou. 
Denúncia e audiências
Diante da prorrogação dos contratos dos temporários, a direção do sindicato protocolou denúncia  no Ministério Público do Trabalho, em cada estado. Nesta quinta-feira se inicia, no Paraná, a primeira de uma série de audiências públicas sobre o assunto.
“Eles recebem R$ 850 mensais e não estão de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Queremos a substituição de toda a mão de obra do IBGE para servidores concursados”, explica a diretora sindical.

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