terça-feira, 31 de julho de 2012

Notícia: Governo federal cancela reuniões com servidores em greve


Paralisação já afeta sete ministérios e 30 órgãos públicos federais,entre eles as agências reguladoras e a Receita

Segundo o Ministério do Planejamento, motivo é a extensa lista de pedidos das categorias; sindicatos criticam

FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

O Ministério do Planejamento cancelou diversas reuniões agendadas para esta semana e a próxima com representantes dos servidores federais para discutir a greve, que já atinge ao menos sete ministérios e 30 órgãos públicos, entre eles as agências reguladoras e a Receita Federal.

Segundo entidades ligadas aos grevistas, ao menos 300 mil servidores estão parados.

Oficialmente, a pasta afirma que o motivo foi a extensa lista de pedidos de propostas de reajuste e reestruturação de carreira apresentada por servidores federais, que precisam ser analisadas diante do cenário de crise econômica internacional.

O governo afirma que todas elas somam um impacto de R$ 92 bilhões nos cofres públicos, cerca de metade do que hoje é gasto com o funcionalismo público federal.

Mas a falta de um acordo com os docentes de universidades federais, que já recusaram uma proposta feita pelo governo, vem afetando o cronograma de discussões, segundo apurou a reportagem.

"É um tempo em que você poderia estar cuidando de outras categorias", afirma um dos assessores do Ministério do Planejamento.

Ao todo, a pasta teria cinco técnicos para lidar com as diversas demandas dos servidores. Com isso, a sobrecarga de trabalho viria afetando o prazo colocado pelo governo -o inicial se encerra hoje.

Para os grevistas, o cancelamento é sinal de que o governo não tem uma proposta concreta de reajuste.

"O governo não é capaz de cumprir seu próprio cronograma. Isso vai se transformando numa situação absurda", afirma Sérgio Ronaldo, da Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal).

"Querem desgastar a categoria. Isso nos deixa indignados e faz com que a greve se fortaleça", completa.

FEDERAIS

Nas universidades, ainda não há uma previsão para o fim da greve. Segundo o Andes (sindicato dos docentes), ao menos 10 das 59 federais rejeitaram a segunda proposta de reajuste feita pelo governo.
A segunda oferta aumentou em R$ 280 milhões o impacto final do reajuste, saltando de R$ 3,9 bilhões para R$ 4,18 bilhões em três anos.

O ministro Aloizio Mercadante (Educação) voltou a afirmar ontem que essa é a oferta final do governo.
Representantes da categoria terão uma reunião no Ministério do Planejamento amanhã para apresentar uma posição oficial sobre a proposta.

INFORMATIVO N° 08 - COMANDO NACIONAL DE GREVE DO IBGE


ESCLARECIMENTOS SOBRE O CORTE DE PONTO


COMANDO NACIONAL DE GREVE DO IBGE

INFORMATIVO N° 08

Rio de Janeiro, 31 de Julho de 2012.

1) A Greve está forte e já afeta a divulgação de dados, ponto mais frágil e estratégico da produção do IBGE. Analistas de mercado estão atentos aos dados da economia neste momento, justamente quando há dúvidas sobre a recuperação ou não do crescimento. Não por acaso a ministra Miriam Belchior declarou que garante a divulgação de dados do IBGE a qualquer custo.  

2) Por isso, o corte de ponto é hoje a única forma do Governo para testar a categoria e tentar enfraquecer o movimento.

3) Por sua vez a Direção do IBGE, que chegou a garantir em BI que não haveria corte de ponto, não tomou até agora qualquer providência concreta contra esta arbitrariedade, ao contrário do que fizeram os reitores de universidades e outros dirigentes de órgãos públicos em greve.
 
4) Na negociação de 24 de julho, em Brasília, a Executiva Nacional da ASSIBGE-SN levantou esta questão como um aspecto fundamental a ser encarado e resolvido naquela mesa, o que foi reconhecido pelos representantes do Governo. O Secretário do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, admitiu que junto com a Direção do IBGE buscaria em outras instâncias do Governo o diálogo para tratar esta questão. Ainda mais porque as tarefas executadas pelos servidores do IBGE são compatíveis com a recuperação dos trabalhos. Nas palavras de Mendonça eles não querem ver “o circo pegar fogo” e nem “esticar a corda”. Segundo entendimento, ao final da reunião seriam tomadas as providências cabíveis com urgência, antes das assembléias de 26 de julho.
 
5) No dia 27 de julho, sem retorno a este respeito, o Sindicato procurou a Direção do IBGE, no Rio, para cobrar as providências. A Direção do IBGE relatou que nem o Planejamento e nem o IBGE tomou qualquer medida. Isso evidencia a falta de compromisso em evitar o prejuízo para o servidor do IBGE. Apenas reafirmaram o que já sabemos: que o corte de ponto é para ser tratada ao final da Greve, como já aconteceu em outras greves no IBGE.

6) No plano judicial o Sindicato entrou com Ação Ordinária com pedido de liminar no STJ, mas aguarda despacho com o Ministro Presidente. Ocorre que o Judiciário ainda está de recesso e espera-se para os próximos dias uma resposta. No entanto, não há nada que garanta uma decisão favorável aos trabalhadores.

7) Até mesmo o Advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, reconhece que apesar do corte de ponto já ter jurisprudência nos tribunais, ele pode ser revertido. “O que acontece na greve é que, por conta da negociação, você pode compensar as faltas, mas isso é uma faculdade do processo de negociação”, declarou Adams, questionado sobre o tema. 

8) Foi o que aconteceu em 2005, com desconto e devolução dos dias parados em folhas suplementares, no dia 14 do mês, após o final da Greve e o retorno ao trabalho.

9) Portanto, o Comando Nacional de Greve entende que qualquer recuo neste momento fragiliza o movimento e, ao contrário de evitar perdas, poderia acarretar um prejuízo muito maior à categoria.

10) Diante disso, o Comando Nacional de Greve orienta: A) DIFUNDIR ENTRE A CATEGORIA QUE EM TODAS AS GREVES QUE FIZEMOS NO IBGE FOI POSSÍVEL ENTRAR NUM ACORDO SOBRE O PONTO, COM A REPOSIÇÃO DO TRABALHO; B) QUE ISSO É CONDIÇÃO FUNDAMENTAL PARA O RETORNO AO TRABALHO, MESMO QUE SE CHEGUE A UM ACORDO EM RELAÇÃO ÀS REIVINDICAÇÕES; C) DAR UMA RESPOSTA CONTUNDENTE EM TODAS AS ASSEMBLÉIAS PELA REAFIRMAÇÃO DA GREVE; D) CONSTRUIR UMA REDE DE SOLIDARIEDADE EM CADA NÚCLEO, COMO UM FUNDO DE GREVE JUNTO AOS DEMAIS SINDICATOS NOS ESTADOS.


Comando Nacional de Greve do IBGE


Telefones:
Executiva Nacional – (21) 3575-5757 – fax (21) 3575-5766
Paladini (RS) - (21) 9445-6924
Sérgio (PR) – (44) 9102-4599
Suzana (RJ) – (21) 9187-8833
Paulo Lindsay (RJ) – (21) 9464-6785

Email: assibge-sn@uol.com.br

Na internet:
www.assibge.org
www.ibgeemgreve.blogspot.com

Facebook: Assibge-sn Executiva Nacional

Obs: orientamos todos os Núcleos a abrirem seus respectivos endereços no Facebook e ligarem estes endereços ao da Executiva Nacional, assim como já fizeram alguns Núcleos.

Notícia: Ritmo do trabalho


Enviado por Míriam Leitão e Valéria Maniero - 
27.07.2012
 | 
15h00m
COLUNA NO GLOBO


O país não sabe qual é a taxa de desemprego de junho, porque uma greve no IBGE impediu que se calculassem os dados coletados no Rio. Como tem sido mostrado, o mercado de trabalho está aquecido, mas continuará assim? O professor José Pastore, especialista no tema, diz que não há garantia. As greves do setor público têm uma lógica própria. Nas empresas, há riscos em setores onde há demanda de mão de obra, como no de petróleo e gás.
Os dissídios dos petroleiros, bancários e metalúrgicos são em setembro, outubro e novembro. A tensão continuará no ar. São áreas que têm quadros distintos, o que pode produzir um ambiente de paralisações. O mercado de trabalho está passando por uma transição que cria alguns incentivos e alguns desincentivos ao movimento grevista.
Em geral, quando o mercado está aquecido, com maior demanda por trabalhadores do que oferta, é a hora em que, normalmente, explodem greves. Ou em conjuntura de crise aguda nos países, em que a paralisação é uma forma de protesto contra a situação geral, o que não é o caso aqui.
— O mercado de trabalho em algumas áreas está bem aquecido, ou seja, é difícil encontrar trabalhadores. Há falta de mão de obra no setor de óleo e gás, petroquímica e em algumas culturas agrícolas. O café, por exemplo, perdeu bastante oferta de trabalhadores, porque a indústria que foi para o interior foi um ponto de atração para a mão de obra que estava antes na agroindústria. No setor de mineração, mesmo com a queda das commodities, há uma procura acelerada por profissionais — avalia Pastore.
Ele acha que no setor público há uma mistura de fatos tornando o ambiente mais propício para greves.
— Há uma eleição, o que sempre torna o governo mais sensível às reivindicações. O professorado parado e o ex-ministro da Educação concorrendo à prefeitura levaram o governo a elevar sua proposta inicial. Em vários outros setores está havendo um efeito das concessões feitas pelo governo Lula. Ele deu aumentos escalonados no tempo, comprometendo a administração seguinte. O que ele prometeu para ser cumprido pelo governo Dilma já é garantido, e os servidores pedem mais. Só que o governo está tendo um aumento do gasto. Além disso, eles têm estabilidade, o que torna tudo mais difícil.
No mercado privado, a economia veio aumentando muito a oferta de emprego, mas o último Caged — Cadastro Geral de Empregados e Desempregados — mostrou uma redução no ritmo de criação de vagas no mercado formal. Ainda é forte, mas cresce numa velocidade menor. No ano passado, no primeiro semestre, foram criados 1,4 milhão de empregos com carteira assinada e, este ano, no mesmo período, 1 milhão. Esse indicador reflete tudo o que acontece no mercado formal; todas as empresas têm que informar ao Ministério do Trabalho demissões e contratações. Já na PME, Pesquisa Mensal de Emprego, que o IBGE não conseguiu divulgar ontem, os dados são captados em seis regiões metropolitanas, mas pegam todo o mercado de trabalho, seja formal, informal, por contra própria. A PME vem mostrando queda do desemprego.
Como ontem só foram divulgados os dados das regiões — não o número agregado, ficaram claras as diferenças. Em Recife, o desemprego subiu de 5,9% para 6,3%; em Salvador, caiu milimetricamente, mas tem um nível muito alto, de 8% para 7,9%; em Belo Horizonte, recuou de 5,1% para 4,5%; em São Paulo, foi de 6,2% para 6,5% e, em Porto Alegre, caiu de 4,5% para 4%. Os índices de Belo Horizonte e de Porto Alegre são de quase pleno emprego. Já o de Salvador mostra que, mesmo nos bons momentos, o desemprego lá é maior. Houve crescimento do rendimento médio real em quatro das cinco regiões, exceto São Paulo. No dado anual, em todas houve aumento, e o destaque vai para Recife com 13,4%.
Um mercado de trabalho aquecido sustenta o consumo e é uma boa notícia. No do Brasil, mesmo com baixo desemprego, as empresas ainda mantêm desigualdades na contratação, como mostram os números desagregados de desemprego e renda, seja por gênero, raça ou idade. Portanto, as empresas não estão com tanta oferta assim, tanto que ainda se permitem preterir e preferir na hora da contratação e da elevação dos salários.
A indústria, há muito tempo, reclama de crise, mas não tem demitido ainda de forma significativa. Isso porque a empresa só demite quando considera que a crise não é passageira. Começou a acontecer agora.
O sociólogo José Pastore disse que, se não ocorrer a esperada recuperação no final do ano, pode-se chegar a 2013 com um quadro bem menos favorável ao emprego. O que o preocupa mais são os dados divulgados pela Fiesp, mostrando que os custos do trabalho estão aumentando, mas a produtividade, caindo.
— Esse descasamento preocupa muito a indústria. Quando há esse hiato, ou se repassa para preços ou se corta no lucro, ou então, a empresa demite.
Pela pesquisa, a produtividade caiu 0,8% em um ano e os salários cresceram 3,4%. É uma mistura de fraco desempenho da produção e, ao mesmo tempo, aumento dos salários.
Não há uma resposta única quando se quer saber como vai o mercado de trabalho brasileiro. Ele tem temperaturas diferenciadas por setores e regiões.

Jogo Rápido nº 304: Comparativo de Salários entre IBGE e Outros Órgãos e a Polêmica da Divulgação de Pesquisas em Plena Greve

Nesta edição levantamos questionamentos sobre a divulgação das pesquisas contínuas em plena Greve. Também destacamos que, apesar das pressões e ameaças, a Greve no IBGE segue forte em 24 estados e no DF, num total de 27 unidades paradas e outras com paralisações pontuais. Publicamos um trabalho de companheiros da Av. Chile, com quadros comparativos dos salários do IBGE e de outros órgãos da União. Leia e divulgue o JOGO RÁPIDO!




Notícia: Funcionalismo federal: Reajuste para 924 mil no dia 2

Nota do Comando de Greve: Lembrando que o IBGE não é contemplado nesse reajuste.

O DIA – 29/7/2012

Rio -  Em meio a greves em vários setores do funcionalismo público federal, o governo paga nesta quinta-feira o reajuste salarial a 924 mil ativos, aposentados e pensionistas. De acordo com dados do Ministério do Planejamento, a medida tem impacto  financeiro de R$ 1,5 bilhão nas contas públicas. O montante já estava previsto no Orçamento deste ano, aprovado no Congresso. Confira as carreiras beneficiadas nas tabelas abaixo:




O texto também prevê a criação de gratificações, mudanças em planos de cargos e reajuste nos salários de categorias como Instituto Nacional de Meteorologia; Ciência e Tecnologia; CVM; Fiocruz; Ipea; Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia; Instituto Nacional do Seguro Social; Tecnologia Militar; Finanças e Controle e Agentes de Combate a Endemias, entre outras.

Para 2013, o governo estuda reajuste linear para as categorias que estão paralisadas, como agências reguladoras e o IBGE. Já os militares teriam correção exclusiva.

Representantes do Magistério, em greve há mais de 70 dias, ainda não aceitaram oficialmente a proposta de reajuste apresentada no último dia 24 pelos ministérios do Planejamento e da Educação. O novo acordo prevê reajuste entre 24% e 45%. Andes-SN, principal liderança da categoria, rejeitou a nova proposta e aguarda assembleia de suas unidades nos estados.

A Condsef convocou os servidores em greve para vigília amanhã em suas bases, no Dia Nacional de Luta.


No Rio, servidores do Museu do Índio, IBGE, Saúde e Magistério fazem ato unificado a partir das 10h. A concentração será na Candelária e a caminhada seguirá pela Av. Rio Branco até a Cinelândia.

CAMPANHA SALARIAL

Entre os dias 1º e 2 de agosto, a Condsef e o Comando Nacional de Greve vão participar de reunião para avaliar o movimento e cobrar ação imediata do governo federal.


Fonte:  http://odia.ig.com.br/portal/economia/funcionalismo-federal-reajuste-para-924-mil-no-dia-2-1.469228

Correção - Data da Próxima Assembléia no Paraná

Uma pequena correção: nos informes da Assembléia de 30/07 houve um equívoco em relação à data de nossa próxima Assembléia.

A informação correta é:

A próxima assembleia foi marcada para o dia 02/08, Quinta-feira, em frente ao nº 552 da Al. Dr. Carlos de Carvalho, sede da UE-PR, às 10h.


O cronograma e a postagem com os informes também já foram devidamente corrigidos.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Informes da Assembléia de 30/07 - Paraná


Nesta Segunda-feira, dia 30/07, foi realizada Assembléia informativa na frente da sede administrativa da UE/PR.

Nesta assembléia foram repassados os informes mais recentes e feitas analises da situação da Greve das negociações com o governo.

O entendimento é de que a movimentação até o momento tem sido produtiva, e que a Greve no IBGE tornou-se notícia em todas as mídias devido ao fato da publicação parcial dos dados da PME. isso mostra a importância de fortalecermos o movimento, pois a visibilidade desejada só será alcançada se a Greve afetar a publicação das pesquisas.

Foi dado conhecimento também de um comunicado do Secretário Sérgio Mendonça cancelando todas as reuniões já marcadas com as categorias em Greve até o dia 13 de Agosto (lembrando que nossa reunião ainda não estava marcada), data a partir da qual novas reuniões deverão ser marcadas. Isso pode ser tanto uma nova forma de pressão do governo, como pode significar que o governo está se preparando para trazer contra-propostas mais concretas às categorias em Greve. De qualquer modo é importante que estejamos preparados para continuar na luta durante esse período.

Por último, lembramos novamente do ato unificado dos Servidores Públicos Federais do dia 01/08, onde haverá uma tenda armada na Praça Rui Barbosa. Nesta tenda cada órgão terá um estande para explicar à população a importância das atividades do órgão e nossas reivindicações. Acreditamos que esta atividade é muito importante e estamos convocando voluntários para cuidar do estande do IBGE. Todos os interessados em dedicar uma ou duas horas no dia 01/08 poderão participar de uma reunião preparatória amanhã, às 10h, na sede da ASSIBGE-PR.

A próxima assembleia foi marcada para o dia 02/08, Quinta-feira, em frente ao nº 552 da Al. Dr. Carlos de Carvalho, sede da UE-PR, às 10h.






Notícia: Sindicato promete endurecer greve dos funcionários do IBGE


  • por  Sabine Righetti (Folha Online (27/7/2012)

O Sindicato Nacional do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) promete endurecer o movimento de greve no instituto.
O movimento já dura mais de 30 dias e prejudicou ontem a divulgação dos dados sobre emprego do país. Sem as informações do Rio, a taxa nacional não foi divulgada.
Essa foi a primeira vez, desde janeiro de 1980, início da série histórica do levantamento, que a pesquisa mensal de emprego teve sua divulgação interrompida.
A falha prejudicou análises dos bancos e de consultorias, que tiveram de recalcular projeções.
A greve começou no dia 18 de junho e já atinge 24 núcleos do IBGE. De acordo com o sindicato, 70% dos funcionários efetivos do instituto (são mais de 8.000) estão parados.
O sindicato destacou ainda que novos indicadores do instituto podem atrasar se as reivindicações não forem atendidas pelo governo.
"Os reflexos da greve estão sendo sentidos agora porque os dados que estavam sendo divulgados já tinham sido processados antes do início da movimento", disse anteontem à Folha Edis Evandro, representante do Sindicado Nacional do instituto.
De acordo com o sindicato, o núcleo do Rio de Janeiro é o que mais aderiu ao movimento até agora.
"Novos indicadores vão atrasar se a greve permanecer", disse Evis, que também é pesquisador da UFT (Universidade Federal do Tocantins) e está participando do movimento de greve das universidades federais.
O presidente em exercício do IBGE, Nuno Bittencourt, não deu garantias de que outras pesquisas não serão prejudicadas pela greve. "Sinceramente, espero que a greve acabe", afirmou ontem.
PAUTA
O sindicato tem 16 pontos de reivindicação, entre eles o aumento de 20% no salário e realização de concursos, que não acontecem há seis anos.
Os grevistas também pedem melhores condições para os agentes de campo temporários. Eles trabalham na coleta de dados nas ruas como os efetivos, mas não recebem os mesmos benefícios.
"O trabalho de campo envolve alto risco. Há agentes de campo que levam dez dias de barco para chegar em uma cidade da Amazônia para coletar um dado", explica Evis.
O IBGE tem hoje mais de quatro mil funcionários temporários, em diversos setores.

Conto: "O Arquivo", de Victor Giudice

Um conto curto para estimular a nossa reflexão.


O Arquivo


No fim de um ano de trabalho, joão obteve uma redução de quinze por cento em seus vencimentos.


João era moço. Aquele era seu primeiro emprego. Não se mostrou orgulhoso, embora tenha sido um dos poucos contemplados. Afinal, esforçara-se. Não tivera uma só falta ou atraso. Limitou-se a sorrir, a agradecer ao chefe.


No dia seguinte, mudou-se para um quarto mais distante do centro da cidade. Com o salário reduzido, podia pagar um aluguel menor.


Passou a tomar duas conduções para chegar ao trabalho. No entanto, estava satisfeito. Acordava mais cedo, e isto parecia aumentar-lhe a disposição.


Dois anos mais tarde, veio outra recompensa.


O chefe chamou-o e lhe comunicou o segundo corte salarial.


Desta vez, a empresa atravessava um período excelente. A redução foi um pouco maior: dezessete por cento.


Novos sorrisos, novos agradecimentos, nova mudança.


Agora joão acordava às cinco da manhã. Esperava três conduções. Em compensação, comia menos. Ficou mais esbelto. Sua pele tornou-se menos rosada. O contentamento aumentou.
Prosseguiu a luta.


Porém, nos quatro anos seguintes, nada de extraordinário aconteceu.


João preocupava-se. Perdia o sono, envenenado em intrigas de colegas invejosos. Odiava-os. Torturava-se com a incompreensão do chefe. Mas não desistia. Passou a trabalhar mais duas horas diárias.


Uma tarde, quase ao fim do expediente, foi chamado ao escritório principal.


Respirou descompassado.


— Seu joão. Nossa firma tem uma grande dívida com o senhor.


João baixou a cabeça em sinal de modéstia.


— Sabemos de todos os seus esforços. É nosso desejo dar-lhe uma prova substancial de nosso reconhecimento.


O coração parava.


— Além de uma redução de dezesseis por cento em seu ordenado, resolvemos, na reunião de ontem, rebaixá-lo de posto.


A revelação deslumbrou-o. Todos sorriam.


— De hoje em diante, o senhor passará a auxiliar de contabilidade, com menos cinco dias de férias. Contente?


Radiante, João gaguejou alguma coisa ininteligível, cumprimentou a diretoria, voltou ao trabalho.


Nesta noite, joão não pensou em nada. Dormiu pacífico, no silêncio do subúrbio.


Mais uma vez, mudou-se. Finalmente, deixara de jantar. O almoço reduzira-se a um sanduíche. Emagrecia, sentia-se mais leve, mais ágil. Não havia necessidade de muita roupa. Eliminara certas despesas inúteis, lavadeira, pensão.


Chegava em casa às onze da noite, levantava-se às três da madrugada. Esfarelava-se num trem e dois ônibus para garantir meia hora de antecedência. A vida foi passando, com novos prêmios.


Aos sessenta anos, o ordenado equivalia a dois por cento do inicial. O organismo acomodara-se à fome. Uma vez ou outra, saboreava alguma raiz das estradas. Dormia apenas quinze minutos. Não tinha mais problemas de moradia ou vestimenta. Vivia nos campos, entre árvores refrescantes, cobria-se com os farrapos de um lençol adquirido há muito tempo.


O corpo era um monte de rugas sorridentes.


Todos os dias, um caminhão anônimo transportava-o ao trabalho. Quando completou quarenta anos de serviço, foi convocado pela chefia:


— Seu João. O senhor acaba de ter seu salário eliminado. Não haverá mais férias. E sua função, a partir de amanhã, será a de limpador de nossos sanitários.


O crânio seco comprimiu-se. Do olho amarelado, escorreu um líquido tênue. A boca tremeu, mas nada disse. Sentia-se cansado. Enfim, atingira todos os objetivos. Tentou sorrir:


— Agradeço tudo que fizeram em meu benefício. Mas desejo requerer minha aposentadoria.


O chefe não compreendeu:


— Mas seu João, logo agora que o senhor está desassalariado? Por quê? Dentro de alguns meses terá de pagar a taxa inicial para permanecer em nosso quadro. Desprezar tudo isto? Quarenta anos de convívio? O senhor ainda está forte. Que acha?


A emoção impediu qualquer resposta.


João afastou-se. O lábio murcho se estendeu. A pele enrijeceu, ficou lisa. A estatura regrediu. A cabeça se fundiu ao corpo. As formas desumanizaram-se, planas, compactas. Nos lados, havia duas arestas. Tornou-se cinzento.


João transformou-se num arquivo de metal.

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Victor Giudice (1934-1997) nasceu em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro. Aos cinco anos de idade mudou-se para São Cristóvão, transformado, segundo a crítica, em seu "grande sertão ficcional" , onde viveu mais da metade de sua vida. Foi professor, bancário, jornalista, músico, ensaísta e crítico. A partir de 1968, intensificou suas atividades como escritor, tendo publicado seis livros: O necrológio (contos, Editora O Cruzeiro, 1972), Os banheiros (contos, Editora Codecri,1979), Bolero (romance, Editora Rocco, 1985), Salvador janta no Lamas (contos, Editora José Olympio, 1989), O museu Darbot e outros mistérios (contos, Editora Leviatã,1994) e O sétimo punhal (romance, Editora José Olympio, 1996).


 

domingo, 29 de julho de 2012

Notícia: Analistas tiveram que recalcular suas previsões

DE SÃO PAULO

A manhã de ontem foi de trabalho extra em consultorias econômicas e bancos. A divulgação parcial dos dados do emprego do IBGE pegou de surpresa analistas e fez com que economistas tivessem que refazer séries históricas e recalcular projeções.

A consultoria LCA, a maior do país, atrasou a divulgação de seu relatório em quase uma hora. Bancos e investidores compram informações de analistas para tomar decisões de como aplicar no mercado financeiro.

Segundo o economista Caio Machado, o tempo foi necessário para refazer a série histórica retirando o Rio. Isso era preciso para calcular uma taxa de desemprego própria, referente às cinco capitais com dados disponíveis.

O IBGE só vai divulgar a taxa de desemprego das seis capitais quando tabular os dados do Rio.

A equipe da Quest Investimentos optou por fazer uma projeção da taxa de desemprego total, com base nas informações das cinco capitais disponíveis. E chegou ao resultado de 5,8% -estável em relação ao mês anterior.

Para o economista José Márcio Camargo, professor da PUC-RJ e sócio da Opus Investimentos, se a greve afetar mais divulgações de dados do IBGE, pode atrapalhar a "leitura" da conjuntura econômica e gerar um ruído no mercado.

A taxa de desemprego, observa Camargo, é um dos referenciais para o Banco Central tomar o pulso da economia e decidir os rumos da taxa de juros.

"Cada casa vai ter uma estimativa e uma opinião diferente sobre as decisões do Banco Central, e isso gera incertezas", disse.

Fábio Ramos, da Quest, afirma que as medições sobre o mercado de trabalho são importantes para empresas do varejo, interessadas em prever vendas.


(MARIANA CARNEIRO)

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Notícia: Sindicatos contestam decreto

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Fonte: Jornal Metro Curitiba - quinta-feira 26/07/2012, Edição 311, ano 2, pg 7

Notícia: G1: Justiça suspende corte de ponto de servidores federais do DF em greve

A 17ª Vara Federal concedeu, nesta terça-feira (24), liminar que suspende o corte de pontos de servidores públicos federais do Distrito Federal, em greve desde 18 de junho. A paralisação foi considerada legal pela Justiça.

No último dia 6, o governo federal informou que autorizou o desconto dos dias de paralisação de servidores federais de diversos órgãos que estão em greve. A ordem do corte no ponto partiu da Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento.

A liminar institui multa diária de R$ 1 mil a ser paga pelo ente público e as autoridades responsáveis por possíveis descontos salariais, em caso de descumprimento da decisão. O G1 procurou a assessoria do Ministério do Planejamento, pasta responsável pelo ponto dos servidores públicos do DF, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

A decisão, do juiz Flávio Marcelo Sérvio Borges, indica que o impasse sobre a greve e o corte de ponto é decorrente de lacuna legislativa sobre o direito de paralisação dos servidores públicos. “O direito de greve é realidade no panorama jurídico nacional”, avaliou o magistrado.

“De tudo surge a legitimidade da greve aqui discutida, pelo menos em toada de princípio. E

dessa legitimidade inaugural é que emerge a impossibilidade do corte dos pontos dos servidores que a ela aderiram, pela singela razão de que o exercício de um direito não pode traduzir prejuízo, e tampouco intimidação: seria mesmo fazer tábula rasa do art. 37, VII, da CF, e da afirmação a que o STF procedeu”,  completa o juiz.

O texto também faz um alerta contra eventuais abusos dos grevistas. “O serviço com um todo não pode parar; a relação Estado-sociedade não cabe estar prejudicada. Eventuais abusos devem ser coibidos.”

Fonte original: G1 - 25.07.2012

Notícia: Governo estuda reajuste para servidores em 2013

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Fonte: Jornal Metro Curitiba - quinta-feira 26/07/2012, Edição 311, ano 2, pg 7

NOTA À IMPRENSA: POR QUE A PME ESTÁ SENDO DIVULGADA SEM OS DADOS DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO


Hoje, excepcionalmente, a Pesquisa Mensal do Emprego (PME) está sendo divulgada sem os dados da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Isso ocorre porque há uma greve dos trabalhadores do IBGE, que se espalha por todo o País.
Estamos em greve porque vivenciamos uma situação limite do ponto de vista salarial e institucional. Desde 2009, estamos sem reposição das perdas inflacionárias. Caso não obtenhamos uma recomposição imediata de nossos vencimentos, a perda real pode chegar a um quarto de nossa remuneração.
Essa situação se torna mais grave à medida que constatamos que o nosso salário não é suficientemente atrativo para manter os trabalhadores qualificados que ingressam por meio de concursos públicos. Nos últimos anos, cerca de 30% dos que ingressaram saíram do IBGE para outros órgãos públicos ou o setor privado, em busca de melhores salários e benefícios. Dado que os projetos desenvolvidos pelo IBGE, em geral, são de longa maturação e requerem intensivo treinamento e qualificação, trata-se de uma perda muito significativa.
É fundamental que os novos trabalhadores permaneçam na instituição, uma vez que temos perdido um enorme contingente de servidores qualificados que se aposentam. Hoje, 30% do quadro pode se aposentar imediatamente e, para os próximos três anos, chega a 75% o número de servidores em condições de requerer suas aposentadorias. Não há previsão de reposição deste quantitativo de pessoal por meio de concursos públicos. Cresce a contratação temporária de pessoal no IBGE (cerca de 60%), com baixos salários (R$ 850,00) e aditamento mensal dos contratos. Algumas unidades já operam com mais trabalhadores temporários do que efetivos.
Caso não haja mudanças, esta situação pode comprometer a qualidade dos dados produzidos pelo IBGE. Somos produtores de informações essenciais ao planejamento estratégico do País e de todos os setores da economia, tais como indicadores de inflação, ocupação e desemprego, produção industrial, atividade do comércio e dos serviços, PIB, entre outros. Condições de trabalho e remuneração condizentes com a importância desse trabalho são fundamentais para garantir sua continuidade e qualidade.
Nossas reivindicações principais são relativas à melhoria salarial e concurso público. Além disso, este momento está sendo utilizado para pensar a instituição como um todo. Seguimos mobilizados, portanto, por um futuro melhor para o IBGE.

COMANDO NACIONAL DE GREVE DOS TRABALHADORES DO IBGE
26 de julho de 2012

Notícia: Greve impede IBGE de divulgar pesquisa

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Fonte: Jornal Gazeta do Povo, sexta-feira 27/07/2012, caderno Economia, pg 23

ASSIBGE-SN já moveu ação judicial sobre o corte de ponto

A ASSIBGE-SN entrou, no dia 25 de julho, com Ação Ordinária no Superior Tribunal de Justiça para assegurar que não haja corte de ponto dos servidores em Greve. O Processo é Pet 9308 / RJ e o número de registro é 2012 / 0153030-4 (NUP 0153030-49-2012.3.00.0000). Aguardamos distribuição do processo para despacho com o Juiz. No entanto, é importante observar que não devemos depender exclusivamente de uma decisão judicial, favorável ou contrária. A questão dos dias parados pode e deve ser negociada diretamente com o Governo e o IBGE, como ocorreu em paralisações anteriores.

Fonte: http://assibge.org/en/index.php/noticias/item/473-assibge-sn-j%C3%A1-moveu-a%C3%A7%C3%A3o-judicial-sobre-o-corte-de-ponto

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Notícia Comentada: IBGE: divulgação de IPCA e dados industriais está garantida

Nota do Comando de Greve: As partes em vermelho no texto são comentários nossos em relação às declarações dadas na notícia.

Segundo executivo, risco dos dados não serem publicados por conta da paralisação dos servidores "é zero";

Apesar do prejuízo causado pela greve dos servidores do IBGE à divulgação da pesquisa mensal de emprego nesta quinta-feira (25), o diretor-executivo do instituto, Nuno Bittencourt, garantiu que as próximos levantamentos do instituto serão mantidos e divulgados no prazo agendado.

"Ficamos preocupados com o que aconteceu porque temos um compromisso em deixar a sociedade bem informada. Divulgamos o que deu e o que tínhamos certeza da qualidade", disse ele.

"A gente poderia ter adiado se tivesse perspectiva de divulgação do dado do Rio que era o que faltava, mas não há perspectiva. Temos certeza que IPCA, PIM, INPC estão em ordem, acrescentou.

No dia 1º de agosto, o IBGE divulga os dados da produção industrial em junho e no dia 8 os números de julho do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência ao sistema de metas de inflação do governo.

"A chance de eles não serem divulgados é zero. Vai ser normal", disse à Reuters o executivo do IBGE. "A pesquisa industrial já está sendo finalizada e não há problemas na transmissão dos dados até o momento."

Nuno Bittencourt lembrou que na semana passada, em meio à greve dos servidores do IBGE, o IPCA-15 --calculado em 11 regiões do país-- foi divulgado sem prejuízos a qualidade do levantamento.

Só não disse que grande parte dos dados do IPCA-15 foram coletados antes da Greve começar.

Terceirizados

A vantagem, de acordo com o diretor do IBGE, é que as pesquisas de campo com coletas de preços são feitas por profissionais temporários/terceirizados. A paralisação atinge somente os servidores concursados.

Porque será que ele não explicou que a paralisação “só atinge os servidores concursados” unicamente porque a Diretoria Executiva (a qual ele preside) proibiu explicitamente os contratados temporários de entrar em Greve, ameaçando-os de demissão e negando a eles o direito constitucional à Greve que todo trabalhador brasileiro possui?

"Não temos nenhum perda no índice de preços. O IPCA está em processo de transmissão, mas não há nenhum sinal que haverá prejuízo e ao que tudo indica todos os prazos serão respeitados", disse ele. " Eles( terceiros) têm uma relação de trabalho diferenciada o pessoal temporário não está em greve e o salário deles é diferente."

Novamente, faltou explicar! A “relação de trabalho diferenciada” dos contratados temporários significa que eles não possuem nem os direitos da CLT nem dos servidores estatutários. Eles não possuem direito a FGTS ou Seguro Desemprego, que seus contratos são aditados mensalmente, e que podem ter seus contratos encerrados em qualquer mês sem necessitar de nenhuma justificativa para tal, deixando-os sempre com medo de perder o emprego, e também lhes é proibido tirar férias, sendo forçados a receber o valor destas ao fim do contrato, ainda que no IBGE os servidores concursados são obrigados a tirar férias e nunca as recebem em dinheiro, para não onerar os gastos públicos com pessoal.

Além disso, o “salário diferente” desses companheiros significa que eles recebem menos de 1/4 do que recebe um servidor concursado para realizar o mesmo tipo de serviço, o que não é nenhuma vantagem!

A transmissão desse dados do IPCA compilados em lojas, supermercados, prédios e outros estabelecimentos do país segue normalmente e a transmissão para o sistema do IBGE já está em fase final, segundo uma fonte do IBGE que pediu para não ser identificada. O prazo limite para o repasse desses dados é sexta-feira.

A fonte não se identifica porque não quer ter de se explicar, já que a transmissão dos dados não poderia ser feita por servidor contratado temporário, mas sim por sua chefia direta, esses sempre servidores concursados, muitos dos quais estão em Greve e não fazem a transmissão dos dados. Então, como a transmissão é feita? Estão dando até senha dos sistemas de transmissão para os contratados temporários, o que é desvio de função!

"São mais de 2 mil locais visitados por mês nas 11 regiões e esse é um trabalho feito por temporários que trabalham normalmente", disse a fonte. "Já recebemos mais de 90 por cento dessas informações e não há nenhum prejuízo . Foi uma coleta normal."

Faltou falar aqui que a Lei 8.745, que rege o contrato temporário no serviço público, não permite contratar pessoas para fazer serviços corriqueiros dos órgãos públicos, como é o caso dessas pesquisas, apenas serviços excepcionais. No entanto, o Diretor Executivo do IBGE assume que são os servidores contratados temporários que realizam esses trabalhos!

Na próxima semana, o IBGE divulga duas pesquisas industriais, o Índice de Preço ao Produtor (IPP) e o Índice de Produção Mensal (PIM), e Bittencourt garante que todas as informações já foram transmitidas e estão em fase de análise crítica

Uma outra fonte no IBGE destacou que os índices industriais têm menos coletas de campo e são produzidos basicamente com questionários eletrônicos respondidos pelas empresas consultadas.

"Mais de 90 por cento vem desses questionários e os padrões de respostas são os mesmos; não houve mudança de padrão", disse a fonte.“ "O que tem acontecido é que alguns que não estão envolvidos diretamente na greve estão tendo que se desdobrar e trabalhar mais para garantir prazos e processo de produção."

O IBGE negocia com o governo a apresentação de uma contra-proposta aos servidores em greve do instituto, que pedem aumento de 22 por cento, entre outra reivindicações.

Curiosamente, uma das “outras reivindicações”, e possivelmente a mais importante, é a regularização dos contratos temporários no IBGE e a realização de concurso público…

O que em qualquer lugar seria motivo de vergonha, apreensão ou no mínimo espanto, é visto como positivo pela Diretoria Executiva do IBGE: ter um monte de profissionais terceirizados e precarizados tocando os trabalhos da instituição! Essa é uma mentalidade caduca até nos empreendimentos privados; todas as multinacionais e grandes empresas querem possuir funcionários próprios justamente pra garantir a qualidade do serviço... mas aqui não, ter um quadro de terceirizados precarizado e mal treiando é quase uma "esperteza"!

Se até a Direção Executiva admite que o trabalho só está acontecendo graças aos temporários, é porque tem alguma coisa muito errada nessa equação!

 

Fonte da notícia original: http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1279377&tit=IBGE-divulgacao-de-IPCA-e-dados-industriais-esta-garantida

Notícia: Greve no IBGE impede divulgação da taxa nacional de desemprego

Portal da gazeta do Povo

Instituto optou por informar resultados de cinco das seis regiões metropolitanas

Uma greve de servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que atinge parcialmente as atividades do instituto há um mês, impediu a divulgação nesta quinta-feira (26) da taxa média de desemprego do país relativa a junho. Com isso, o instituto optou por informar os resultados de cinco das seis regiões metropolitanas que compõem o indicador.

A região do Rio de Janeiro, a segunda mais importante da pesquisa atrás apenas de São Paulo, não teve seus dados divulgados.

Os dados parciais mostram que em São Paulo a taxa de desemprego subiu para 6,5% em junho ante 6,2% em maio. Em Porto Alegre houve redução para 4,0% ante 4,5% em maio.

Belo Horizonte registrou uma taxa de desemprego de 4,5% em junho, ante 5,1% no mês anterior. O indicador relativo a Salvador atingiu 7,9% ante 8,0% em maio, enquanto em Recife a taxa de desemprego em junho foi de 6,3%, acima dos 5,9% de maio.

Segundo o IBGE, por enquanto a greve não prejudica a produção de outras pesquisas a serem divulgadas nas próximas semanas, incluindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo relativo a julho, previsto para ser divulgado em 8 de agosto.

Já o Sindicato Nacional dos Servidores do IBGE informou que há prejuízo na compilação dos dados e na qualidade das informações, uma vez que boa parte dos trabalhadores permaneceu parada entre junho e julho.

 

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1279251&tit=Greve-no-IBGE-impede-divulgacao-da-taxa-nacional-de-desemprego

Notícia: Com greve de servidores, IBGE adiará divulgação da taxa de desemprego

Portal do O Estado de S. Paulo

Instituto divulgou apenas os resultados de cinco das seis regiões pesquisadas. Em SP, houve ligeira alta, para 6,5%

Daniela Amorim, da Agência Estado



RIO - A greve dos servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prejudicou a divulgação do resultado geral da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) em junho, e o instituto divulgou apenas os resultados de cinco das seis regiões metropolitanas utilizadas para o cálculo da taxa de desemprego da População Economicamente Ativa (PEA). Ainda não há previsão para divulgação dos dados do Rio. Os dados do Rio de Janeiro chegaram a ser coletados, mas não tiveram a apuração concluída.
Em São Paulo, a taxa de desemprego em junho ficou em 6,5%, de 6,2% em maio. Entre os dados divulgados, Belo Horizonte foi a única região a apontar queda no desemprego no período. A taxa de desocupação saiu de 5,1% em maio para 4,5% em junho.
No Recife, a desocupação ficou em 6,3%, após uma taxa de 5,9%, na mesma base de comparação. Em Salvador, o desemprego passou de 8,0% em maio para 7,9% em junho. Em Porto Alegre, a taxa saiu de 4,5% para 4,0%, o que foi considerado estabilidade pelo IBGE.
Greve
"A gente não calculou o agregado das cinco áreas, e não dá para fazer isso tentando fazer uma média simples. Porque as regiões têm pesos diferentes", afirmou Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. O instituto informou que decidiu divulgar a pesquisa mesmo incompleta para cumprir o calendário de divulgação de indicadores, determinado com um ano de antecedência.
"Por que resolvemos divulgar? Porque a gente tem um compromisso com a sociedade. A gente tem cinco regiões prontas, então tem de divulgar. São Paulo quer saber como está o desemprego deles. A gente não pode segurar o material que está pronto", explicou Silvia Fonseca, coordenadora de Comunicação Social do IBGE.

Foto da entrega da denúncia do trabalho temporário ao MP em Alagoas


Notícia: Desemprego fica estável em 4 capitais em junho; greve impede divulgação nacional

Portal Folha/UOL


A taxa de desocupação no mês de junho permaneceu estável nas regiões metropolitanas de Recife (6,3%), Salvador (7,9%), São Paulo (6,5%) e Porto Alegre (4%). Em Belo Horizonte (4,5%) houve redução desse indicador em 0,6 ponto percentual.

Excepcionalmente, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) não divulgou nesta quinta-feira (26) os números da Pesquisa Mensal de Emprego referentes à região metropolitana do Rio de Janeiro, nem a taxa percentual nacional. Foi a primeira vez, desde janeiro de 1980, início da série histórica do levantamento, que a pesquisa mensal de emprego teve sua divulgação interrompida.

Segundo o instituto, os números relativos ao Rio já foram coletados, mas não passaram pela apuração devido a greve no órgão, que teve início em junho. Os dados completos da pesquisa serão divulgados em "data ainda não definida", informa o IBGE.

A população ocupada permaneceu estável em Salvador, Recife e São Paulo. Houve redução em Belo Horizonte e Porto Alegre, 1,8% e 1,9%, respectivamente.

Na comparação com junho de 2011, o número de ocupados cresceu 3,9% em Recife e 2,2% em São Paulo. Não houve variação estatisticamente significativa nessa estimativa nas demais regiões.

Em maio, a taxa de desemprego verificada pelo IBGE foi de 5,8%.

RENDIMENTO

O rendimento médio real (descontada a inflação) apresentou queda de 0,4% em junho em São Paulo, enquanto foram registradas altas nas regiões metropolitanas de Recife (2,8%), Salvador (2%), Belo Horizonte (2,3%), e Porto Alegre (1,6%).

Na comparação com junho de 2011, o rendimento cresceu em todas as regiões pesquisadas, com destaque para Recife, onde a variação positiva foi de 13,4%.

TAXAS DIFERENTES

Ontem, a Fundação Seade e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgaram que taxa de desemprego no país teve leve avanço em junho e chegou a 10,7%.

No entanto, há uma série de diferenças nas metodologia utilizadas pelo IBGE e pela Seade/Dieese.

Na PED, realizada desde janeiro de 1985, a Seade e o Dieese dividem o desemprego em três categorias: aberto (quanto as pessoas procuram emprego), oculto por desalento (pessoas que não procuraram trabalho nos últimos 30 dias por uma série de motivos, como por exemplo, a crença de que o mercado está ruim e não será possível encontrar) e oculto por trabalho precário (que realizam trabalhos precários, como bicos, por exemplo).

Para o IBGE, que realiza a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) desde janeiro de 1980, a pessoa que faz bicos ou tem um emprego temporário está empregada.

Ou seja, o instituto leva em consideração apenas as informações referentes ao desemprego aberto --quando a pessoa está há mais de 30 dias procurando emprego.

O IBGE realiza o levantamento nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

Já a Seade e o Dieese apuram os números em sete regiões: Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal.